No Brasil, menos de 10% dos jovens optam por uma formação técnica, enquanto nos países desenvolvidos, a média é de 50%. De acordo com Rafael Lucchesi, diretor geral do Senai, em entrevista concedida ao Jornal Hoje, é preciso aprofundar o debate sobre a importância da educação profissional no Brasil.
Ao se ampliar este debate, a sociedade ganha em produtividade no trabalho, ponto em que o Brasil ainda é deficiente. Aqui, precisamos de cinco brasileiros para equiparar a produtividade de um único americano, ou de quatro brasileiros para igualar a produtividade de um alemão, por exemplo. Se a educação profissional for ampliada, além dos jovens ganharem mais oportunidades para conseguir o primeiro emprego – ou se manter na atividade produtiva para aqueles que já trabalham –, as empresas também ganhariam enorme impulso na competitividade, pois se estaria elevando a produtividade de trabalho no Brasil.
As vantagens dos estudantes de ensino técnico
Para quem quer entrar no mercado de trabalho, a educação técnica é o melhor passaporte para conseguir o primeiro emprego. Para os que já estão no mercado de trabalho, em tempos de crise, quando as empresas demitem, elas optam por eliminar aqueles menos produtivos, então neste caso, quem tem uma formação técnica também tem um diferencial importante. Para aqueles que saíram do mercado de trabalho e querem retornar, o melhor caminho é fazer um curso técnico para agilizar este retorno.
Além disso, como as tecnologias têm avançado, são transversais e as empresas estão investindo cada vez mais em eficiência de gestão, várias profissões técnicas que têm um perfil transversal e que, portanto, têm mais versatilidade estão em alta. Por exemplo, quem trabalha em Montagem Industrial pode trabalhar em um estaleiro, em uma empresa de construção civil, em uma montagem de site industrial, entre outros. Ou seja, há uma enorme flexibilidade de funções que podem ser desempenhadas.
Hoje em dia, um técnico petroquímico não entende apenas da planta química e petroquímica, ele é capaz de desempenhar funções de suporte na parte elétrica, eletrônica e mecânica, o que também dá essa enorme flexibilidade para desempenhar diversas funções no mercado de trabalho.
Essa é uma tendência tecnológica e de padrão de gestão da indústria, o que dá a essas pessoas que têm essa formação mais flexível, maior oportunidade de se manter ou entrar no mercado de trabalho. Ou seja, em tempos de crise, uma formação técnica é um diferencial valioso, que abre portas e permite que o profissional tenha um leque de oportunidades em diferentes ramos, atendendo também às necessidades das empresas e do mercado brasileiro.
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